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I.A. E A TRADUÇÃO – Caminho sem volta?

2024-11-04 16:48

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I.A. E A TRADUÇÃO – Caminho sem volta?

A IA está se espalhando rapidamente por muitos, senão todos, os segmentos da nossa sociedade. Qual é o futuro da tradução diante dessas mudanças?


Tenho-me apercebido ultimamente em postagens publicadas em várias plataformas e fóruns especializados, como o LinkedIn e grupos do Facebook, do crescente interesse ou preocupação com o avanço da Inteligência Artificial (IA) na seara das traduções, principalmente da tradução escrita em seus moldes tradicionais. Esse interesse ou preocupação com os novos desdobramentos da IA nas atividades humanas é visto como um misto de ceticismo ou inquietação ante a possível extinção de empregos considerados formais, na esteira da mesma preocupação ou interesse alimentados pela comunidade científica internacional.

Neste artigo, não pretendo tergiversar exaustivamente sobre este tema, mas apenas antever outros desdobramentos para o mesmo assunto, pelo que pretendo aflorar o tema sob uma perspectiva generalista e de tópicos. Ante o exposto, data venia para uma eventual simplicidade ou superficialidade no assunto em debate.

A meu ver e ao que consigo divisar depois de já conviver de certo modo com a IA desde os primórdios da informática, nos idos dos anos 80, não vislumbro nenhum perigo imediato para certas profissões nem mesmo para a continuidade de ofícios que sofrem de uma certa rotina e, portanto, poderiam ser substituídos por sistemas informatizados, ensejando uma melhoria da produtividade ou barateamento de funções, a par do que já ocorreu no passado. O ofício da tradução, por exemplo, lida com nuances linguísticas e culturais que não estão ainda ao alcance de logaritmos informáticos porque justamente eles não lidam com ciências exatas, mas com regras, exceções, regionalismos, clivagens culturais, etc. Ou seja, lidam com a pessoa humana, seus sentimentos, emoções, até mesmo contradições. Desnecessário será aduzir que outras áreas das traduções, como a interpretação consecutiva, de sussurro ou simultânea, não terão pelo menos por ora qualquer razão a temer, porquanto se tratam de atividades exclusivamente humanas que não são passíveis de serem delegadas a sistemas informáticos. Na minha área específica, a da tradução juramentada que lida sobremaneira com papel e com o contato presencial com o cliente e que tem uma natureza sobremaneira cartorial, não vislumbro por ora nenhuma forma de substituir a atividade humana por uma conduta informatizada, estéril e sem nenhuma sensibilidade.


 


Porém, como em toda a história da atividade humana, a IA encontrará áreas onde se poderá expandir e até mesmo tirar partido da atividade humana até então existente nos mesmos moldes surgidos da Revolução Industrial, suprimindo vagas de trabalho mas também abrindo espaço para novas funções. No campo das traduções escritas, por exemplo, a IA será a sucessora natural e até lógica das traduções automáticas ou ‘machine translations’, como já é atualmente empregado pelo Google Translator e por outros, e até mesmo por programas de tradução amplamente conhecidos, como o TRADOS, que rapidamente incorporarão em seus códigos de programação os algoritmos necessários para que os próprios programas interpretem corretamente (e não duvidem que o farão de forma irredutível) os diversos segmentos das TM em tempo real, de molde a proporcionar a melhor tradução para aquele determinado segmento. Nessas áreas, a IA terá um desempenho relativamente bom, para não dizer ótimo, pelo que os tradutores deverão alinhar as suas condutas profissionais pela óptica de um sistema que rapidamente vai evoluir para a substituição de tradutores que não alcançarem um patamar de excelência por sistemas inteligentes que vão aprimorando os seus níveis de interpretação dos algoritmos e, sim, nesses casos a IA os substituirão de forma absoluta. De reiterar que não estamos falando de inteligência no sentido epistemológico ou hermenêutico da palavra, mas sim de logaritmos que vão adicionar cálculos aos segmentos já inseridos nas memórias de tradução ou eles mesmos vão criar novas memórias de tradução a partir da interpretação parcial de outros segmentos considerados ‘match’ pelo próprio usuário humano. Num futuro ainda distante, contudo, é de se prever que a IA virá a substituir na íntegra todas as atividades humanas, relegando a espécie humana a um tipo vegetativo de paralisia social.


 


A melhor forma de abordagem para a IA será, a meu ver, uma nova forma de abordagem dos patamares da civilização humana. Vivemos ainda sob o prisma da mentalidade surgida na Revolução Industrial e, a despeito de toda evolução cognitiva e científica, principalmente, após a 2ª Guerra Mundial, não logramos ainda conceber novos paradigmas e visões no século XXI sobre como realmente queremos evoluir, enquanto Humanidade. Vivenciamos ainda a nossa atividade humana como uma expansão da força braçal e de jornadas de trabalho extensas sob os auspícios de um mercantilismo assaz primitivo. O ludismo ainda é visto como uma forma de parasitismo ou de ausência de compromisso profissional. Nessa esteira devemos, portanto, analisar a IA como um novo parceiro evolutivo para as nossas atividades humanas porque ela já está aí se desenvolvendo e expandindo incessante e diariamente em diversas áreas, não só no campo da informática, celulares e navegadores da Internet, como em call centers, na publicidade, até mesmo nos sistemas de segurança por reconhecimento facial, etc. Segundo uma pesquisa de 2022 encomendada pela IBM, 41% das empresas no Brasil implementaram ativamente a tecnologia em 2021 (fonte: Exame).

Para concluir, direi apenas que a IA prosseguirá na senda de um aperfeiçoamento para a tradução de determinados documentos, aportando habilidades que o tradutor deverá desenvolver e agregar no seu currículo profissional, uma vez que o próprio mercado assim o exigirá, mas abrindo igualmente um amplo leque de oportunidades para novas áreas de traduções, como já vem sendo feito para apps, sistemas de segurança, até mesmo um futuro turismo espacial, etc. Tal como no passado, antevê-se um novo horizonte de vantagens e de oportunidades com a expansão da inteligência artificial e de novos sistemas informatizados que regerão as nossas atividades humanas, permitindo que tenhamos mais tempo livre para atividades lúdicas e para desenvolver atividades relacionadas ao conhecimento.

Paulo Mariano Lopes





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